A maternidade tardia está se tornando cada vez mais comum, com mulheres optando por adiar a gravidez para depois dos 30/40 anos. Mas, a grande dúvida é sempre: a idade realmente é um fator determinante na hora de tentar engravidar?
A idade é um dos grades fatores de infertilidade feminina e um dos primeiros a serem avaliados quando uma mulher está tentando engravidar. De fato, as chances de engravidar diminuem a medida que sua idade avança e isso se deve ao fato de que a mulher já nasce com todos os óvulos que terá em sua vida. Com o tempo, a quantidade e qualidade dos óvulos diminuem. Além disso, a idade mais avançada da mulher aumenta os riscos de má formação, doenças congênitas e abortamentos, além de apresentar mais chances de uma gestação de alto risco.
No entanto, este não é o único fator que determinará a infertilidade de uma mulher. Sua saúde geral, bem como seus hábitos de vida, também desempenham um papel fundamental. Isso porque o estilo de vida, incluindo alimentação, qualidade do sono, consumo de álcool e drogas, tabagismo, sedentarismo e obesidade, é um dos pilares da fertilidade e influencia negativamente ou positivamente nela. Mulheres que fumam, por exemplo, têm menos chances de engravidar do que mulheres que não fumam. Da mesma forma, as que se exercitam regularmente têm mais chances de engravidar do que aquelas que não se exercitam.
Além disso, algumas condições de saúde, como endometriose ou fibrose cística, podem gerar mais dificuldade para engravidar. No entanto, com o avanço da medicina, muitas mulheres se veem com suas chances aumentadas através de tratamentos da reprodução assistida.
Não é só a idade que importa nessa hora!
Diante do que foi posto, a idade é certamente um fator a ser considerado, mas não é o único. A saúde geral da mulher, seus hábitos e estilo de vida também podem influenciar na sua capacidade de conceber.
Além disso, não se deve esquecer do fator emocional! O processo como um todo gera muita cobrança interna e externa, estresse, frustração, tristeza, luto… e, por isso, é fundamental que a mulher tenha também um acompanhamento psicológico, um cuidado emocional e um espaço de acolhimento, validação e compreensão para viver e expressar as emoções que surgem ao longo do percurso sem julgamento.
O cuidado precisa ser integral: mente e corpo!
Atualmente, é possível se ter mais liberdade de escolha em relação a maternidade, e buscar avaliar a sua saúde reprodutiva é essencial e permite que decisões mais conscientes sejam feitas no agora. Há diversas opções de tratamentos que possibilitam que a idade não seja um fator determinante para a gravidez. Além disso, se implicar em seu processo, no cuidado integral e nas mudanças de hábitos potencializam as chances.
Se você tomou essa decisão e agora decidiu começar o processo, saiba que não está sozinha. Busque uma rede de apoio com bons profissionais que irão te guiar ao longo do seu percurso.
Camila V. S. Gaspar | Psicóloga Perinatal e da Reprodução Humana Assistida | CRP 06/182380